sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Primeira Reunião

Primeira Reunião:
23 de agosto de 2007


Presentes:
Waldir Candido, Neuza Nascimento, Oswaldo Rocha, Alexandre Santos

Apresentações:
Atendendo ao chamado para poetar, tive o grande prazer de encontrar esse povo que faz da Casa do Gestor Catalisador um espaço ímpar. Mas faço uma prévia, para situar quem vier a ler esta história... Sim, meu nome é Alexandre Santos, gatão da zona sul, carioca da cidade inteira, interessado pela causa social, sociólogo e poeta, dentre outros predicados, que guardo como surpresa.
Em outro momento, meados de 2006, tive a oportunidade de dar uma força ao Marcelo Vasquez, do projeto Arte no Porto, quando conheci Marília Ferreira, da ComCat. Neste evento, Mostra de Cinema Africano, tive a oportunidade de fazer um quadro de abertura, no Centro Cultural do Sindicato dos Servidores da Justiça, lá no Morro da Conceição. Foi uma ótima oportunidade de liberar conhecimentos e falar sobre cinema africano, história da África e movimentos de independência, para fazer uma ligação com uma parte da história do negro brasileiro, mitos e símbolos aqui recriados, história tão esquecida, diga-se de passagem. Os filmes foram muito bons! Este primeiro contato me trouxe ao segundo. Agora com interesse na poesia urbana.




Idealizado por seu Waldir Candido, Poesias Contos e Encontros é um evento que guarda na essência o sonho de ver a cultura tomar a cidade do Rio de Janeiro. Há neste homem uma grande vontade de fazer com que a poesia e a literatura libertem o amor e o drama nos pobres seres urbanos. Vamos fazer algo por aí? Então, tá.

Na foto: Oswaldo Rocha, Neuza Nascimento, Waldir Candido , Alexandre Santos

Seu Waldir é muito vaidoso, por isso não o chamarei mais de "Seu". Nem vocês! Aliás, Waldir é o galã pelo qual as mulheres suspiram e motivo pelo qual os maridos recolhem as esposas.


É, meu caro Waldir Candido, tu és o terror! A idade a gente não percebe porque está tudo na cuca. Eu mesmo, uma vez fui praticar meu esporte predileto: Skate da Terceira Idade. Deparei-me certa vez com uma criança que queria passar por mim na rampa e me pediu desta forma: - Dá licença, tio? Putz! Tio... não havia percebido. Até careca estou ficando... Foi daí que botei a legenda "terceira idade" em meu esporte.

Voltando à história, a de Waldir Candido é a segunte: o cara é cria de Belo Horizonte, percorreu como ator todo o sertão mineiro, de Piarapora, de Januária, das cabeçeiras do São Francisco, palco de uma de suas leituras prediletas: a obra de Guimarães Rosa. A poesia, ele me contou, surge em suas lembranças quando se juntava com sua trupe, lá em Mariana cidade histórica, e ficavam pela rua recitando poesia. Em pouco tempo o grupo já tinha ganho os corações das pessoas da cidade. E juntou foi gente!

Fora este episódio, Waldir é o homi - ator, diretor, da carpintaria de palco ao buxixo das coxias - ele sabe tudo! Na minha opinião, é um dramaturgo que a sociedade pouco aproveita. Só o mundo global se cria nesses tempos. Militante negro, parece que até a ditadura pegou ele... Todo jeito, ninguém disse que seria fácil e o artista popular sabe muito bem como é essa opção - vida dura movida pelo amor à arte.

Casa da Gávea - procurar link do seu waldir no youtube.
Ciclo de Leitura
Praça Santos Dumont, 116 sobrado, Gávea, Rio de Janeiro - RJ
Tel.: 21 2512-4862
25/06/2007
(Clássicos da Literatura)
- “Uai, eu”, “Esses Lopes” e “Antiperipléia” -
Adaptação dos contos de Guimarães Rosa
Com Waldir Candido e Coral do Colégio Pedro II
Regência do maestro Ricardo Szpilman
Direção:
Waldir Candido
Obs: A casa está recebendo textos teatrais para o Ciclo de Leituras. Basta entregar o seu texto na Casa da Gávea.

Oswaldo
- É outro que também não aceita pronomes de tratamento. Pessoa das mais simples, super dócil apesar do tamanho GG que o esconde. Da cepa mineira, Osvaldo fez das ruas de Belo Horizonte seu lar, por alguma tragédia qualquer, dessas que acontecem bastante no Brasil. Se a memória não me falha, foi com a idade de vinte anos que um senhor militar o adotou: deu-lhe trabalho, casa e dignidade - tens disposição para o trabalho? Quer sair dessa porcaria nas ruas? - Trabalhou com afinco até a aposentadoria. Sem ter mais que trabalhar, pensou: agora vou viver! E tornou-se pintor, produziu mais 300 telas, participou de exposições e consta em catálogos até na europa, França eu acho. Daí pensou: agora vou escrever! E já publicou dois livros, cujos exemplares constam na biblioteca nacional para quem quiser consultar. Foi então que raciocinou: por que não fazer poesias, ou teatro? Duas peças já foram escritas e as poesias estão aqui, para quem chegar junto em nossas reuniões na Comcat.


Neuza Nascimento, também é mineira... Se não me engano, ela é de Santos Dumont, cidade onde morou o aviador maior - inventor do 14-bis. Também teve uma infância difícil. Veio para o Rio de Janeiro aos 11 anos. Prendada, ajeitou-se como empregada doméstica até que aprendeu a ler e escrever - tão bem que hoje já pensa em publicar seus textos. Seus contos infantis são dotados de uma grande preocupação com a figura humana e levam a mente infantil para um passeio encantado por uma cidade que oferece pouca coisa saudável às crianças. É uma grande promessa e os editores já estão na sua cola! No subúrbio carioca, Parada de Lucas, ela desenvolve um projeto de educação que conta com a rede de auxílio da ComCat, local que hoje vive cheio de leitura, desenho, grafiti e, lógico, muito amor pelo que faz!!

Conheça seu trabalho:

http://www.ciacac.org/


Roda Literária:
Neste primeiro encontro tivemos o prazer de ouvir uma poesia minha, intitulada Maria, e outra chamada Cores; Neuza trouxe o texto "Fome de Bola", e o Waldir fez maa leitura dramatizada. Além do texto, ele leu pra gente também uma poesia. Oswaldo apresentou duas poesias excelentes, mas ficou faltando as anotações com os nomes. Ficaram como propostas: verificar quem se interessa em tocar uma publicação, dar acabamento à uma peça de teatro do Waldir e ainda tentar ganhar as praças, local primeiro da poesia.


Por Alexandre Santos

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